domingo, 29 de maio de 2011

Fundamentação: Metodologias de Ensino

Ao acordarmos que trabalharíamos com a GACRO e com a GR na segunda infância, sabíamos da importância em aplicar uma metodologia de ensino coerente com os assuntos mencionados acima, respeitando o desenvolvimento motor de cada criança em suas faixas etárias atreladas ao trabalho de iniciação esportiva. Por isso, nos valemos da aplicação da Metodologia Universal, proposta por Greco e Benda (1998) do qual é composta por nove fases. A Fase que nos cabe neste trabalho é a chamada Fase Universal que abrange o período cronológico dos 6 aos 12 anos (correspondentes a segunda infância). De forma geral, Greco e Benda (1998) apud Schruber e Afonso, atrelam as fases ao nível de rendimento com a idade e frequência de treinamento. Na fase Universal, eles afirmam que a frequência de atividades deve ocorrer no máximo três vezes por semana, onde tais não irão prejudicar outros interesses da criança e também executando grandes quantidades e aumento de complexidade nas mais diversas atividades. Outra orientação é que os jogos dessa fase sejam de iniciação inclusive em jogos pré-desportivos do qual os gestos correspondentes ao esporte não sejam técnicos sendo aplicados em sua forma global, tendo sentido recreativo, mas que contém implicitamente valor educativo, que serão utilizados posteriormente (de acordo com o desenvolvimento) como uma transferência positiva ao esporte em sua forma mais específica, sendo consideradas para Schruber e Afonso como “[...] bases para uma ‘ação inteligente’”.
A aplicação da iniciação esportiva na escola também possui o intuito de promover a participação, integração e sociabilização dos alunos, contribuindo na sua formação. A ideia central não pode ser restringida ao treinamento, mas sim enfatizado como educação, já que um dos focos da Metodologia de Iniciação Universal ao Esporte é tornar o aluno capaz de compreender e aprender a modalidade esportiva, discernindo as situações problemas agindo de forma autônoma, porém na ludicidade concernente a sua fase de desenvolvimento.
Dentro do conceito da Iniciação Esportiva Universal ao esporte, muitos autores como Greco e Benda (1998), Bayer (1986), Graça e Oliveira (1995), Roth (2002), entre outros levantam questões importantes a serem verificadas no processo de aprendizagem: análise dos tipos de aprendizagem e transferência que se relaciona ao desenvolvimento da criatividade nas diversas faixas etárias, onde pesquisas no âmbito da psicologia cognitiva apontam que o desenvolvimento da criatividade pode ser estimulado quando é proposto ao aluno aquisição de experiências, sendo que o aprendizado é implícito, assim como realizamos em nossas aulas, propondo diversas tarefas recreativas do qual a aprendizagem das tarefas rítmicas e dos desenhos acrobáticos estavam implícitos; e a participação e intervenção do aluno, do qual buscamos otimizar suas vivências aceitando a participação e as soluções trazidas pelos alunos em situações problemas, onde no conceito tradicional, de alto rendimento, não ocorre a participação dos alunos, pois o fundamento é a repetição das atividades em um ciclo permanente em busca da performance.
Greco (1998) apud Mendes, Matos e Pinho (2010) afirma que o aprendizado, principalmente das práticas esportivas está ligado a qualquer organização lúdica esportiva que circundam três componentes que são físicos, psíquicos e sociais sempre atrelados a objetivos, metodologias e resultados, principalmente em ambiente escolar. No que se refere à metodologia, sabemos que no decorrer da história muitas metodologias tiveram seu espaço, sendo que atualmente Oliveira (1997) nos apresenta metodologias que com as suas diferenças, tem o objetivo da formação integral do indivíduo no processo. Elas são: metodologia do ensino aberta; metodologia crítico-superadora; metodologia crítico-emancipadora e metodologia construtivista. Apesar de não atuantes na área, os conceitos teóricos do qual nos desperta maior atenção, compreendendo que possuem em suas características valores importantes para a formação de nossos alunos, são as metodologias de ensino aberta e construtivista. A metodologia do Ensino Aberto, de Reiner Hildebrandt & Ralf Laging (Alemanha) e do grupo de trabalho pedagógico (Brasil), tem como objetivo de estudo o mundo dos movimentos e suas implicações sociais, podendo ser trabalhada na seriação escolar atual, preocupando-se em como trabalhar e tornar significativo os conteúdos aos participantes. Tem como conteúdo básico o movimento relacionando-se com os outros e com as coisas e tem como enfoque metodológico desenvolver as atividades através de ações problematizadoras, temas geradores, aumentando o nível de complexidade, interação participativa do aluno e do professor. O trabalho pedagógico defende uma ligação do aprender escolar com a vida de movimentos dos alunos e também não olhar para o esporte apenas como rendimento. Considera as necessidades e interesses dos alunos, a relação entre movimento, percepção e realização possibilitando aos alunos participação em todas as etapas do processo ensino-aprendizagem. Semelhante, a metodologia Construtivista, de João Batista Freire, tem como objetivo de estudo a motricidade humana entendida como um conjunto de habilidades que permitem ao homem produzir conhecimento e se expressar e tem como proposta ensinar as pessoas a saberem e terem consciência de que são corpo.  Também pode ser trabalhado na seriação escolar atual e trabalha principalmente com a cultura dos próprios participantes, tornando o conhecimento significativo, trabalhando com a educação dos sentidos e da motricidade e compreende como enfoque metodológico o conflito, a partir de que o sujeito cria conflitos sobre o que se sabe e o que precisa ser aprendido, surgindo assim à consciência do fazer, sendo que professor e aluno contribuem para o processo.
Mas apesar de nos valermos de questões pertinentes dessas metodologias, encontramos na abordagem do Greco (1998), fatores extremamente relevantes as nossas tarefas, do qual afirma que o conceito das táticas desportivas tem que ser visto no âmbito de entender à “razão de fazer” junto ao “como fazer” não se restringindo apenas ao ultimo em formação de exercícios analíticos. O princípio analítico sintético busca a divisão da tática, técnica e treino, buscando em exercícios fora do contexto de jogo para que os detalhes de cada fundamento sejam constituídos, onde somente depois será transferido ao ambiente de jogo. Diferentemente o princípio global-funcional, torna-se mais consistente, no nosso ponto de vista, onde além de terem mais prazer em jogar, já que isso ocorre de imediato, eles aprendem a jogar e a fazer os exercícios através da prática em tais, onde os movimentos são totais e não divididos, utilizando da criatividade e pensamento tático dos alunos para ocorrer à solução de problemas. Alguns autores enumeram os benefícios do trabalho com iniciação esportiva na escola, quando aplicado de forma adequada, desenvolvendo competências físicas como: resistência à potência (Weineck, 1999), desenvolvimento de habilidades motoras simples para complexas e manejo de instrumentos (Greco, 1998); Competências sociais: dividir os materiais como, por exemplo, a bola (Garcia, 2001) e Competências psíquicas: Compreensão entre a tensão e o relaxamento e o desenvolvimento da concentração e da inteligência (Vygotsky, 1999), auto percepção sinestésica para as ações táticas complexas (Greco, 1998).

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