quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas....

Como mencionado na última postagem, tínhamos o objetivo de no início dessa semana montar as tarefas da aula de aprendizagem, além de trabalhar o embasamento teórico aprofundando em pontos específicos. Paralelamente conversamos com os professores, no caso com a Maria Rita e com o Gimenez, além de já termos conversando com o professor Alessandro sobre nossa tarefa. De forma geral, obtivemos uma receptividade aceitável, porém alguns questionamentos nos fizeram perceber que nossa tarefa era muito pobre no sentido de aprendizagem, pois o Poomse, apesar de ser um belo elemento com combinações de movimentos, não trabalha essencialmente com o que precisamos que são os elementos fundamentais, sendo que teríamos que construir outras tarefas para abrigar esses elementos  junto aos do pommse para justificar nosso embasamento teórico, não tendo uma finalidade específica de atividade, além de grande probabilidade de erro, pois a aula nesse caso não seria aplicada com finalidade de se obter um novo aprendizado.
Nesse processo, também fizemos leituras sobre a iniciação esportiva para a 2ª infância. Exemplificações e textos que citam o autor Juan Pablo Greco e outros com Rodolfo Benda (1998) nos abriram os olhos pra a questão da inserção da iniciação esportiva universal nas aulas de educação física, proporcionando entendimento que é possível que ela ocorra, desde que em métodos adequados e coerentes com as faixas etárias e com as  prévias experiências motoras dos alunos.
Partindo desse ponto, começamos a pesquisar possibilidades em diversas modalidades, de forma que encontrássemos alguma que trabalhasse na sua essência com atividades de refinamento e junção dos elementos fundamentais, para que a partir dessas experiências os alunos pudessem atingir o objetivo "final" de sua aprendizagem. Nesse meio tempo surgiram coisas inusitadas, como o escoteirismo, que veio através de indicação, do qual fomos procurar conhecer como trabalhavam, mas após a leitura do manual dos escoteiros (site oficial escoteirismo no Brasil - publicação em PDF) e de conversas com profissionais de educação física que trabalham no Escoteirismo Brasil, surgiram  percepções que a formação inicial com crianças de 7 a 10 anos (chamados Lobinhos no Escoteirismo) tinham um foco quase que absoluto na formação moral e social, com poucas atividades que proporcionassem a aprendizagem e o desenvolvimento motor. Voltamos então a práticas tradicionais, sendo levantadas possibilidades como: peteca, arremesso de discos e até mesmo skate, do qual refletimos sobre tal, e até encontramos elementos fundamentais como manipulação do objeto skate  (controle sobre tal), estabilizante (equilíbrio sobre o objeto) e locomotores (deslocamento no espaço com o objeto), entretanto, apesar de tais características, entendemos após rever as leituras sobre tarefas para crianças, que essa aprendizagem limitaria o processo em prol da execução do equilíbrio, que é extremamente importante, porém deixando de lado a oportunidade de diversos outros trabalhos, já que por falta de experiência de nossa parte, não saberíamos aplicar a aula com skate explorando outros fundamentos e isso não se encaixa no foco do nosso interesse.
Dentre tantas pesquisas, conversas e discussões surgiram novas possibilidades. Em desfecho ao assunto escoteirismo, surgiu  leituras sobre Ginástica Acrobática (Piccolo, 2008 ; França - s/d) que desembocou em leituras sobre Ginástica Rítmica (Toledo, 1995; Machado e Filho, 2010; Caçola, 2007). O livro Manual teórico-prático de Educação Física Infantil de Maria Rodrigues (1997), também nos mostrou diversas possibilidades que agreguem a iniciação esportiva na educação infantil, junto a atividades lúdicas e recreativas em uma vasta gama de tarefas que proporcionem o foco de aprendizagem de elementos iniciais tanto na Ginástica Rítmica (GR) quanto na Acrobática (GA) de forma valiosa para o processo de desenvolvimento da criança.
Essa nova ideia ainda está em processo de amadurecimento porque precisamos de mais leituras sobre o assunto, essencialmente que corroboram com o que já foi lido e outros que questionem tais práticas, para que possamos defender de forma coerente nossa aula. Por isso, pretendemos conversar hoje com a professora Luciene e se possível com outros professores, para enxergarmos questionamentos até então despercebidos. Sabemos que o tempo é escasso e tais dúvidas recorrentes poderão prejudicar a execução do nosso projeto, porém também entendemos que tais dúvidas surgem da preocupação de um projeto bem realizado que abrace o interesse dos nossos alunos, proporcionando uma experiência marcante.
Após a resolução sobre a indecisão da pertinência do trabalho de Ginástica (rítmica e talvez acrobática) que será discutido hoje impreterivelmente, aplicaremos as aulas. Já temos nossos voluntários, o espaço que será executado as aulas e boa parte das tarefas se prosseguir nesse rumo. Logicamente necessitamos de mais leituras que serão realizadas ao longo do processo de filmagem que devem durar alguns dias. Além da consciência de que a teoria envolve e responde muitas questões, mas que somente na prática perceberemos nossas falhas e sucessos.
Definitivamente estamos ansiosos e preocupados com o trabalho, mas acreditamos que seja possível a realização de um bom projeto, pois mesmo com inúmeras falhas (que provavelmente terá), temos buscado ao máximo a elaboração de algo que realmente valha a pena, e que seja significativo para nós (alunos e professores), para nossos professores, mas principalmente para nossos alunos, marcando sua consciência corporal para sempre.

Referência Bibliográficas

Livro:

RODRIGUES, Maria
Manual teórico-prático de educação física infantil
7ª edição. Editora: Ícone, São Paulo, 1997.

Artigos:

CAÇOLA, Priscila
A iniciação esportiva na ginástica rítmica.
Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 2, n. 1, p. 9-15, mar. 2007. 

FRANÇA, Lourenço
Em defesa da ginástica acrobática na escola.

GIMENEZ, Roberto / UGRINOWITSCH, Herbert.
Iniciação esportiva para crianças de segunda infância.
ConSCIENTIAE Saúde. Revista científica UNINOVE, São Paulo, V.1: 53-60.

GRECO, Pablo Juan
Iniciación Deportiva Universal: "Escola da Bola"

MACHADO, Viviam C. e FILHO, Raul F. A.
Inclusão de movimentos básicos da ginástica rítmica nas aulas de Educação Física escolar
Efdeportes - Revista Digital, Buenos Aires, Ano 14, nº 141, 2010.

MEMMERT, Daniel
Escola da Bola: Jogos de rede e raquetes
Departamento de esportes. Abril, 2003.

MÉRIDA, Fernanda e PICCOLO, Vilma Leni N.
Ginástica Acrobática: Um estudo sobre a prática pedagógica
Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 6, ed. especial, p. 367-376, jul. 2008.

SCHRUBER, Juliano Rodrigues e AFONSO, Carlos Alberto
 A iniciação esportiva universal nas aulas de educação física.

TOLEDO, Eliana de.
Propostas de ações motoras em ginástica rítmica desportiva
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1995.

Site:
www.escoteiros.org.br

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