domingo, 29 de maio de 2011

Continuação da 1º aula: Ginástica Acrobática

Classificação das tarefas:

Aberta ou Fechada: de forma geral, com exceção de uma tarefa, todas eram realizadas com parceiros ou em grupos, estando em previsibilidade ambiental considerada como habilidade aberta, pois o ambiente era imprevisível e variável. Apenas a tarefa de parada de mão (6º) foi considerada como habilidade fechada, pois era uma ação estável e previsível, onde o executante agia sobre o ambiente, apesar das dificuldades.
 Taxonomia de Gentile: Todos os exercícios se encaixam na exigência de ação do transporte do corpo e a maioria como variabilidade regulatória e contextual.
Feedbacks: Todos os tipo de feedback estiveram presentes na tarefa. Os implícitos eram constantemente observados, do qual os alunos absorviam através da exterocepção e também através da propriocepção para se auto corrigirem realizando a tarefa de forma a buscar o êxito. Os feedbacks extrínsecos também foram aplicados constantemente, principalmente os informativos e os motivacionais, sendo de menor aplicação o de reforço e até mesmo o de dependência.
Tipo de prática: As práticas foram maciças do qual o tempo de repouso entre as tarefas eram em menor quantidade do que a própria tarefa. Como já mencionado foram realizadas de forma geral em blocos, do qual o mesmo movimento ocorria repetidamente.

Avaliação:
Tínhamos como objetivo central dessa aula, analisar o quanto a nossa metodologia, onde trabalhamos iniciação esportiva de GACRO adaptado às exigências da segunda infância com tarefas variadas e de diferentes níveis de complexidade, seriam relevantes ao aprendizado e a execução de figuras acrobáticas simples no término da aula.
Então após aquecimento e antes do início das aulas, solicitamos aos alunos que fizessem qualquer montagem acrobática, constatando que não havia o mínimo de criatividade concernente a uma montagem e quando explicitada pelos professores, a acrobacia (mesma do fim da aula) não houve solução, pois não tinham confiança, tampouco sabiam como executar, sendo que não ocorreu nenhum acerto.
No término dessa aula, aplicamos uma análise de check-list, constatando os seguintes dados:

       Acrobacia: 10 tentativas


ALUNOS
Nº ERROS
Nº ACERTOS
Matheus
8
2
Gabriel
7
3
Débora
8
2
Isabella
9
1


- Na segunda aula, antes do início do trabalho de GR, os alunos naturalmente, antes de qualquer solicitação, se posicionaram sobre os tablados, executando novamente a figura acrobática da aula anterior, sendo contabilizado e analisado por nós, do qual surpreendentemente a execução foi bem superior comparada a anterior, apesar da menor quantidade de tentativas, como mostram os dados:

                     Acrobacia: 5 tentativas
ALUNOS
Nº ERROS
Nº ACERTOS
Matheus
-
5
Gabriel
-
5
Débora
2
3
Isabela
1
4



Abaixo, os gráficos Individuais de Linha dos alunos, mostrando a evolução dos acertos e o declínio dos erros:

Matheus
 (clique na imagem para ampliar)

Gabriel

 (clique na imagem para ampliar)

 Débora
 (clique na imagem para ampliar)

 Isabella
 (clique na imagem para ampliar)



É importante ressaltar que nosso processo ainda não está concluído. Aqui explicitamos apenas a primeira aula, sendo que faltam mais duas que serão postadas, conforme organizarmos a parte textual e as fotos e filmagens. Além do mais a terceira aula ainda será gravada nessa semana que virá, e aí sim concluiremos as postagens, incluindo as teorias faltantes e nossa explanação sobre a questão dança e ritmo que foram pouco mencionadas de forma explicita, mas já compreendemos que estão totalmente incluidas no assunto implicitamente.




Análise da primeira aula: Ginástica Acrobática

A seguir, apresentaremos a formação da nossa primeira aula, considerando todas as questões relevantes para a montagem de um plano de aula:


1ª Aula: Iniciação a Ginástica Acrobática (GACRO)

Tema Central: Iniciação de Ginástica Acrobática;

Objetivos: Analisar no início e no término da aula a capacidade dos alunos de formarem uma pirâmide humana simples (elemento acrobático), verificando se houve ou não evolução para tal formação de acordo com a aula ministrada onde se buscou uma metodologia quantitativa e qualitativa que contribuíssem para o objetivo final;

Desenvolvimento metodológico: Como já explicado na fundamentação teórica, nos valemos da teoria de Criley (1984) apud Mérida e Piccolo (2008) do qual os movimentos ocorrem do simples para o complexo, em exercícios em blocos, do qual a evolução da complexidade ocorre de forma gradativa, respeitando o limite de cada aluno, minimizando possíveis acidentes. Partimos de tarefas que proporcionaram o treino das pegas, trabalho de confiabilidade com o parceiro e com o grupo, noção de peso dos companheiros, fases aéreas e montes e desmontes.

Materiais: A GACRO não faz necessidades de muitos materiais, sendo utilizado apenas tablados e colchões de proteção e steps para realização de um dos exercícios de confiabilidade.

Conteúdo:
Aquecimento = Pega-Pega (livre); posteriormente adicionamos quesitos complexos na mesma tarefa como corrida apenas lateral, depois de costas, etc.
Brincadeira de roda e corrida em roda, mantendo as mãos dadas.

Exercícios

1º - Brincadeira sobre o step.
Tipo: Solução de problemas
Tarefa: Trocar de posição, mantendo a si e os outros colegas sobre o step.
Objetivo: Trabalhar espontaneamente a pega e o equilíbrio.

2º - Exercício de equilíbrio e contrapeso em duplas.
Tipo: tarefas guiadas
Tarefas:
 - ambos de frente com corpo reto;
- ambos de frente com corpo em v;
- ambos de lado, segurando apenas uma das mãos;
- uma de frente em v segurando a outra de costas com corpo reto;
- igual a anterior, porém abas com corpo reto;
- ambos agachados em 90º;
- ambos de costas retos.
Objetivo: Trabalhar diversas formas de pegas, equilíbrio, exploração de movimentos corporais e percepção de peso e contrapeso.



3º - Brincadeira de gancho entre pés e mãos.
Tipo: Solução de problemas – após várias tentativas sem sucesso houve demonstração dos professores.
Tarefa: Enganchar membros inferiores com pegada e se locomover junto ao parceiro.
Objetivo: Trabalhar pega em diferentes partes do corpo (trabalho tátil), formas de se juntar ao parceiro, solucionando o problema de se deslocar, trabalhando a sociabilização, o equilíbrio e a busca de se organizar sincronizadamente na tarefa.


4º - Carrinho de mão
Tipo: Parcialmente guiada
Tarefa: Se deslocar na formação de carrinho de mão
Objetivo: Trabalhar outro tipo de pega, onde deve haver a confiança entre os parceiros sobre quem anda e quem carrega, além de sincronia no caminhar.


5º - Carrinho de mão com término em rolamentos.
Tipo: Parcialmente guiada com solução de problemas
Tarefa: Formar carrinho de mão, se deslocar e sair da posição através de um rolamento para frente.
Objetivo: Todos da tarefa anterior atrelando a solução de problema de como sair através de um rolamento que é um item básico de iniciação a acrobacia.
OBSERVAÇÃO: Nessa tarefa surpreendentemente percebemos que os alunos não sabiam executar o rolamento, sendo que a partir de então trabalhamos através de demonstração e contato direto (tátil) com os alunos a execução do movimento isolado para depois ser associada a 5º tarefa, sendo que apenas um dos alunos conseguiu executar a tarefa completa.

6º - Parada de mão.
Tipo: Parcialmente guiada com solução de problemas – apoio dos professores. Demonstração visual.
Tarefa: executar com ajuda dos professores a parada de mão (bananeira)
Objetivo: Trabalhar a questão do medo e percepção do corpo (apoio das mãos no chão, impulso, equilíbrio, entre outras) para a execução desse elemento básico da GACRO.



7º - Exercícios em tercetos: Cadeirinha
Tipo: Tarefa guiada e demonstrada - realizada com a ajuda dos professores.
Tarefa: atrelar os membros superiores em forma de cadeirinha e transportam em um plano aéreo o colega.
Objetivo: Confiança, pegadas de antebraço, trabalho em altura (para quem é transportado)


8º - Vôo sobre os membros superiores
Tipo: Tarefa guiada com demonstração dos professores.
Tarefa: Dois alunos estendem os membros superiores dando as mãos firmemente. O terceiro salta em decúbito ventral sobre os braços dos colegas.
Objetivo: Propulsão, pegada, confiança, trabalho com vôo.



9º - Salto sobre o colega – Grupos
Tipo: Tarefa parcialmente guiada com solução de problemas
Tarefa: Saltar sobre o corpo ‘encolhido’ do colega
Objetivo: Confiança, propulsão, saltos, abertura de pernas (flexibilidade)

10º - Boneco de mola
Tipo: Parcialmente guiada com apoio total dos professores.
Tarefa: Em círculo todos os alunos estendem os membros superiores apoiando o colega que esta no centro como um boneco de mola, onde com os pés fixos se joga para todos os lados.
Objetivo: Confiança em todo grupo

11º - Biga Romana
Tipo: Solução de problemas
Tarefa: com quatro alunos, dois são apoios em posição quadrúpede, um sobe sobre as costas de ambos apoiando cada pé em um elemento e o outro vai a frente guiando e ajudando que esta em cima.
Objetivo: Iniciação a acrobática – monte e desmonte, confiança, pegada.



12º - Subida em apoio nos membros inferiores.
Tipo: Solução de problemas, parcialmente guiada. Execução em duplas.
Tarefa: um dos integrantes fica apoiado com as costas na parede simulando estar sentado, com membros inferiores em 90º, do qual o colega sobe sobre suas coxas em subida ventral e dorsal com ou sem apoio do step.
Objetivo: pegas, equilíbrio, confiança, monte e desmonte.

 13º - Aviãozinho sobre os pés do colega
Tipo: Solução de problemas. Posteriormente, devido ao insucesso os professores foram à base.
Tarefa: o aluno tem que executar o movimento do avião apoiado com a região abdominal sobre os pés do parceiro que está deitado.
Objetivo: Pegas, equilíbrio, confiança.

14º - Monte sobre o joelho do colega
Tipo: guiada com auxílio e participação dos professores.
Tarefa: Subir sobre os membros inferiores do colega (joelho) de forma lateral e manter-se formando uma figura acrobática.
Objetivo: pegada de pés, equilíbrio, confiança, monte e desmonte, forma acrobática.


15º - Formação de desenho acrobático com pirâmide simples.
Tipo: guiada com solução de problemas na tarefa
Tarefa: Dois alunos seriam base e sobe sobre a base e o quarto faz uma parada de mão
Objetivo: Formação de figura acrobática.

Fundamentação: Iniciação das Ginásticas Acrobáticas e Rítmicas na segunda infância

Após a compreensão das características da faixa etária e de como se aplicar metodologias adequadas na questão geral e de iniciação universal dos esportes para crianças, entendemos através de autores específicos da área de GACRO e GR a prática dessas teorias sendo aplicadas em nossas aulas.

Ginástica Acrobática:

A GACRO é um desporto muito antigo, usado inicialmente como prática de combate pelos militares, entre outras coisas, mas quando empregada ao ambiente escolar promove aos seus praticantes ricas vivências corporais. A ginástica de forma geral tem conceitos técnicos, fazendo-se necessário a perfeição na execução de cada fundamento, mas autores como Stanley (1969), Burton (1977) e Graham (1993) defendem a ginástica para crianças de segunda infância, visando movimentos de uma forma mais livre do que Ginástica tradicional introduzida em um contexto mais competitivo que busca apenas o rendimento. O rolamento na forma tradicional busca que o aluno execute-o para trás ou para frente com uma posição de saída e chegada totalmente padronizada, o produto final no caso seria performance e o processo de aprendizagem se daria no desenvolvimento desta habilidade através da prática, até se chegar a uma certa padronização do movimento, já na Ginástica Educacional o praticante desenvolve o rolamento explorando o corpo de diferentes formas, direções, posições equilibradas e desequilibradas, tentando compreender o uso das mãos e da força no rolamento (Siedentop, Herkowitz e Rink, 1984). Segundo Myriam Nunomura a GACRO desenvolve o domínio do corpo em variadas situações tornando-o mais funcional e eficiente para as demandas do dia a dia da criança. Para Capel (1986) a Ginástica Educacional e de alto rendimento são parecidas no que se referem aos movimentos, ações motoras, por outro lado são muito distintas no que diz respeito a objetivos, métodos de ensino e metas. A Ginástica visando rendimento por enfatizar muito mais o produto final do movimento, é considerada inadequada na educação física elementar e para iniciantes (Wall e Murray, 1990). A Ginástica Educacional proporciona ao professor ajudar seus alunos de uma maneira individual a tornar seu corpo mais funcional o tirando da zona de conforto e propondo desafios que fazem com que a criança aprenda dentro dos seus limites e das suas capacidades.
            Segundo Mérida e Piccolo (2008) a GACRO de forma geral trabalha com a formação de pirâmides humanas, acrobacias e elementos de dança. Em um trabalho de performance tais elementos teriam que ser executados com sincronismo e perfeição, diferentemente do que proporcionamos aos nossos alunos, encaminhando-os para iniciação e exploração de movimentos que desencadeassem nessas formações, porém de forma simples e livre. Tais autoras afirmam que a prática da GACRO traz benefícios como aquisição de noções espaço-temporal, esquematização corporal, controle motor, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, força, cooperação, autonomia, prazer e confiança e sociabilização, pois em qualquer contexto são exercícios que ocorrem de forma mista, não havendo exclusão por gênero, idade, peso, entre outras. Para a montagem de pirâmides, existem oficialmente três funções: base, o intermediário e o volante. Para tais formações, os professores devem avaliar, assim como no contexto técnico, o perfil do aluno para que possa ser encaixado na melhor formação, respeitando seus limites. Em um treinamento técnico, na GACRO devem conter alguns elementos obrigatórios como exercícios acrobáticos individuais, coreografias exercícios estáticos e dinâmicos, fases de vôo, entre outras coisas, porém em nossas aulas, buscamos trabalhar com alguns desses elementos, porém não tornando rígido em sincronismo ou coreografia, mas proporcionando de forma aleatória, exercícios de acrobacias e equilíbrio trabalhando em duplas ou grupos, bem como exercícios de vôo do chão para o parceiro e vice-versa. Como objetivo de aula de iniciação a GACRO, gostaríamos que através de uma série de exercícios eles pudessem realizar uma singela pirâmide respeitando suas proporções corporais e confiabilidade, por isso aplicamos constantemente exercícios que proporcionassem ao decorrer da aula confiabilidade no parceiro para a execução de monte e desmonte, do qual aprendiam subir uns nos outros por fases de vôo ou não, além do trabalho de pegas (de punho, palmas, dedos, ombros, antebraços, etc.) do qual se posicionam para facilitar a execução dos montes, manutenção e desmontes de forma segura e eficiente. A segurança também é um fator importante e foi extremamente priorizada respeitando a disposição e o interesse de cada aluno para determinado exercícios, não forçando situações que pudessem acarretar em acidentes. Além do mais utilizamos de tablados e colchões para evitar possíveis impactos de queda no chão. Nós professores estávamos sempre atentos na execução de cada exercício, não permitindo que as crianças quando em situações fora do chão, provocassem movimentos que pudessem desencadear em queda. Mérida e Piccolo (2008) ressaltam que as quedas na GACRO são comuns devido às adaptações de ritmo, contatos com os parceiros e a ação da gravidade nas figuras, sendo que tais quedas não podem ser confundidas com acidentes. Por aplicarmos uma aula inicial, a execução das nossas pirâmides, foi realizada de forma simples, onde os base utilizavam de dois apoios ajoelhados para diminuir a altura para a volante, realizando uma pirâmide de solo, onde o apoio do volante está abaixo da linha da cintura dos bases. Criley (1984) apud Mérida e Piccolo (2008) como um dos grandes nomes da GACRO em evolução pedagógica nas figuras nos instruiu partir do simples para o complexo, onde se inicia com pirâmides estáticas de posições baixas e apoios centrais, assim como realizamos com nossos alunos, para posteriormente avançarmos para as posições mais altas de diferentes apoios. Como forma de iniciação da GACRO, buscamos trabalhar com exercícios simples que envolvessem pegada, equilíbrio e noção de peso do parceiro, ainda no solo. Quanto à aplicação metodológica dos exercícios acrobáticos, cabem aos professores respeitar as etapas, onde cada aluno ou grupo poderá se desenvolver em diferentes níveis, porém é importante fazer a aplicação por etapas, ou seja, em blocos para não ocorrer possíveis acidentes.
            A GR é considerada uma prática desportiva extremamente técnica e com alto nível de complexidade, pois envolve habilidades individuais e grupais em plena sincronia entre tais e também no ritmo musical, envolvendo exercícios complexos presentes em outras ginásticas como acrobacias, saltos, bem como manipulação de vários objetos e também elementos dançantes, tudo regido por uma coreografia marcada e compactada dentro do tempo e da métrica musical. Mas se olharmos a GR de forma livre e menos complexa perceberemos, em uma única modalidade, a junção de muitos exercícios extremamente significantes para o desenvolvimento das crianças de segunda infância. Alonso (2004) apud Caçola (2007) afirma que a GR é privilegiada por possuir habilidades motoras muito próximas da cultura corporal encontradas nos jogos infantis sendo praticados desde a primeira infância.
            Tibeau (1988) apud Caçola (2007) afirma que a GR é composta por três elementos básicos que são os movimentos corporais, manuseio de materiais e acompanhamento musical. Assim como mencionado anteriormente, a forma tradicional de ensino da GR se dá pelo chamado trabalho de mãos livres, onde o processo ocorre de forma analítica, assim como na maioria das iniciações esportivas, mas em estudos de Tibeau (1988), Caçola, Ladewig e Rodacki (2004) e Caçola (2006) afirmam a eficácia do método global, onde desde o início as crianças já trabalham manipulando os objetos junto aos movimentos corporais, não buscando a especificidade técnica de cada movimento, onde de forma tradicional se busca primeiramente a perfeição da execução do movimento corporal, para posteriormente introduzir os elementos manipulativos, verificando que em estudos as ginastas afirmam que o método analítico é mais difícil, pois inicialmente o exercício tem melhor execução, porém com o acrescimento do objeto há necessidade de um recomeço diferentemente do trabalho global que além de ser mais motivador, apesar das dificuldades iniciais posteriormente é melhor executado devido ao grau de interação do indivíduo com o objeto, podendo resultar em um menor tempo de aprendizagem e tornando-se mais eficiente e duradouro, retendo os movimentos. O método global busca como se realiza a aprendizagem, e não os resultados imediatos, sabendo que esse método é bem mais extenso do que o analítico. Alonso (2004) afirma a importância de manipular diversos elementos da ginástica, não esperando o domínio de um objeto para partir para outro. É importante buscar as formas adequadas de trabalhar a GR na iniciação, pois a maioria dos estudos centraliza-se no desempenho.
Gaio (1996) apud Caçola (2007) demonstra a GR de forma mais “popular” considera como princípios básicos: utilização de aparelhos, mas não de forma oficial e tampouco a realização de movimentos obrigatórios, onde podem surgir de forma espontânea e criativa; permitir que as crianças explorem o corpo em movimentos no solo ou no alto (pré-acrobáticos); fazer com que dentre as características da GR as crianças vivam o lúdico de cada exercício; e por fim trabalhar e explorar o ritmo na tarefa. O uso de dicas aplicadas pelo professor, como um feedback de instrução também é extremamente pertinente para a aprendizagem da GR. Pereira (2003) apud Caçola (2007) afirma que na faixa etária de 7 a 10 anos, a GR tem que ser aplicada mantendo suas finalidades, porém em movimentos variados, onde se busca a finalidade de expressão própria nas aulas propostas, onde se obtém melhores resultados de variáveis motoras.

Ginástica Rítmica

            A GR trabalha com materiais como bola, corda, fita, massa e arco, mas nas nossas aulas nos valemos apenas da utilização das bolas e dos arcos. Apesar de uma modalidade feminina (como esporte de alto rendimento) trabalhamos também com meninos, pois no contexto escolar entendemos que não deve ocorrer essa separação, principalmente porque os exercícios promovem benefícios a ambos os gêneros. Apesar da desatenção característica da faixa etária, Caçola e Ladewing (2005) apud Machado e Ferreira Filho (2010) afirmam que a fase ideal para início da GR é com 6 anos onde os movimentos fundamentais já estão maduros, porém nos deparamos com uma situação surpreendente do qual nossos alunos (que possuem mais de seis anos) não tinham a habilidade de realizar movimentos básicos, como o rolamento, o que modificou todo o foco da tarefa.
            A flexibilidade é uma capacidade física, que como o próprio nome já diz, é uma capacidade, ou seja, própria do ser humano (Schimdt e Wrisberg, 2001), mas como sabemos essa capacidade se não treinada diminui ao longo da maturação, onde se tem um grande declínio na fase da puberdade. Portanto, é extremamente importante o trabalho com tal capacidade, principalmente quando nos referimos a GR e também a GACRO, que necessita da flexibilidade como fator contribuinte para a melhor execução dos exercícios, pois muitas vezes necessita-se de amplitude, característica da flexibilidade. Farias Junior e Barros afirmam que:

 [...] a flexibilidade é a resultante da capacidade de elasticidade demonstrada pelos músculos e tecidos conectivos, combinados à mobilidade articular, com isso, a manutenção de uma boa elasticidade do tecido muscular e cognitivo poderá garantir a manutenção de níveis desejados de flexibilidade.
(Farias Junior e Barros, 2007 apud Machado e Ferreira Filho, 2010).

            O treino da flexibilidade deve solicitar que as articulações dos alunos tenham uma amplitude pouco acima do habitual respeitando seus limites. Além do trabalho dessa capacidade física, a GR proporciona o envolvimento com outros fatores como espaço, tempo, ritmo, objeto e pessoas. Segundo Machado e Ferreira Filho (2010) a GR visa o desenvolvimento neuromuscular onde as crianças desenvolvem a chamada “mentalidade rítmica”, onde atrela a criação de um ritmo musical em coordenação com o movimento e relação com o espaço. Domingues e Santos (2006) afirmam que o uso dos aparelhos, tem grande importância para o desenvolvimento psicomotor, como lateralidade, percepção espacial, temporal, dinamismo, criatividade e expressão corporal, segurança e confiabilidade. Assim como afirmam os autores, trabalhamos com exercícios que atrelassem saltos, giros, equilíbrios, lançamentos e recuperação de objetos entre outras coisas concernentes a GR, trabalhados no método global. Pesquisa realizada por Machado e Ferreira Filho (2010) afirma que ao longo de dois meses (tempo da pesquisa) onde foi aplicada iniciação de GR em uma escola, obteve-se melhora no desenvolvimento da coordenação motora, lateralidade, percepção corporal, equilíbrio e estabilização além da melhoria do manuseio e da coordenação de movimentos juntos aos aparelhos, onde nenhum aluno tinha vivência pré com a GR, mas aprenderam e se desenvolveram tão significativamente que alguns alunos se interessaram em seguir a prática ao término da pesquisa (informações textuais e em gráficos contidos no artigo original).
            Gaio (2007) afirma que a formação da consciência corporal que pode vir da prática de GR promove a formação da criança e suas possibilidades de expressão perante o mundo, assim como na constituição de percepção espacial faz com que aprenda se localizar no espaço bem como perceber os objetos e as outras pessoas no espaço. A noção temporal faz com que os alunos se situem no tempo de ação individual e coletiva de acordo com o ambiente.
Segundo o artigo de Colaço, Silva e Fernandes (2004) a GR favorece inúmeras experiências, tanto na formação motora (equilíbrio, coordenação, ritmo, agilidade), quanto na formação perceptiva motora (espaço, tempo, corpo):
Formação Motora:
·         Equilíbrio: O equilíbrio está presente em tarefas dinâmicas como os giros, saltos e em tarefas estáticas como no trabalho de manipulação de objetos e equilibração do aparelho, sendo que utilizamos de ambas as formas em nossas aulas;
·         Coordenação: Na geral estão os movimentos de saltos, corridas, flexibilidade, entre outros. Já na coordenação óculo visual e óculo manual os exercícios que atrelam movimentos corporais com atenção nos aparelhos em atividades simultâneas;
·         Ritmo: No trabalho com a música ou contagens com ou sem aparelhos;
·         Agilidade: Tempo de reação e agilidade para cumprir as problemáticas dos exercícios.
Formação Perceptiva motora:
·         Espaço: Consciência espacial para a realização de cada exercício, relacionando-se com o espaço do seu corpo e objeto no espaço;
·         Tempo: Lançamentos, trocas, rolamentos, elementos com manejo de aparelhos individual e em conjunto;
·         Próprio corpo: Consciência corporal, bilateralidade, lateralidade, entre outras. (Pires, 2002).

Fundamentação: Metodologias de Ensino

Ao acordarmos que trabalharíamos com a GACRO e com a GR na segunda infância, sabíamos da importância em aplicar uma metodologia de ensino coerente com os assuntos mencionados acima, respeitando o desenvolvimento motor de cada criança em suas faixas etárias atreladas ao trabalho de iniciação esportiva. Por isso, nos valemos da aplicação da Metodologia Universal, proposta por Greco e Benda (1998) do qual é composta por nove fases. A Fase que nos cabe neste trabalho é a chamada Fase Universal que abrange o período cronológico dos 6 aos 12 anos (correspondentes a segunda infância). De forma geral, Greco e Benda (1998) apud Schruber e Afonso, atrelam as fases ao nível de rendimento com a idade e frequência de treinamento. Na fase Universal, eles afirmam que a frequência de atividades deve ocorrer no máximo três vezes por semana, onde tais não irão prejudicar outros interesses da criança e também executando grandes quantidades e aumento de complexidade nas mais diversas atividades. Outra orientação é que os jogos dessa fase sejam de iniciação inclusive em jogos pré-desportivos do qual os gestos correspondentes ao esporte não sejam técnicos sendo aplicados em sua forma global, tendo sentido recreativo, mas que contém implicitamente valor educativo, que serão utilizados posteriormente (de acordo com o desenvolvimento) como uma transferência positiva ao esporte em sua forma mais específica, sendo consideradas para Schruber e Afonso como “[...] bases para uma ‘ação inteligente’”.
A aplicação da iniciação esportiva na escola também possui o intuito de promover a participação, integração e sociabilização dos alunos, contribuindo na sua formação. A ideia central não pode ser restringida ao treinamento, mas sim enfatizado como educação, já que um dos focos da Metodologia de Iniciação Universal ao Esporte é tornar o aluno capaz de compreender e aprender a modalidade esportiva, discernindo as situações problemas agindo de forma autônoma, porém na ludicidade concernente a sua fase de desenvolvimento.
Dentro do conceito da Iniciação Esportiva Universal ao esporte, muitos autores como Greco e Benda (1998), Bayer (1986), Graça e Oliveira (1995), Roth (2002), entre outros levantam questões importantes a serem verificadas no processo de aprendizagem: análise dos tipos de aprendizagem e transferência que se relaciona ao desenvolvimento da criatividade nas diversas faixas etárias, onde pesquisas no âmbito da psicologia cognitiva apontam que o desenvolvimento da criatividade pode ser estimulado quando é proposto ao aluno aquisição de experiências, sendo que o aprendizado é implícito, assim como realizamos em nossas aulas, propondo diversas tarefas recreativas do qual a aprendizagem das tarefas rítmicas e dos desenhos acrobáticos estavam implícitos; e a participação e intervenção do aluno, do qual buscamos otimizar suas vivências aceitando a participação e as soluções trazidas pelos alunos em situações problemas, onde no conceito tradicional, de alto rendimento, não ocorre a participação dos alunos, pois o fundamento é a repetição das atividades em um ciclo permanente em busca da performance.
Greco (1998) apud Mendes, Matos e Pinho (2010) afirma que o aprendizado, principalmente das práticas esportivas está ligado a qualquer organização lúdica esportiva que circundam três componentes que são físicos, psíquicos e sociais sempre atrelados a objetivos, metodologias e resultados, principalmente em ambiente escolar. No que se refere à metodologia, sabemos que no decorrer da história muitas metodologias tiveram seu espaço, sendo que atualmente Oliveira (1997) nos apresenta metodologias que com as suas diferenças, tem o objetivo da formação integral do indivíduo no processo. Elas são: metodologia do ensino aberta; metodologia crítico-superadora; metodologia crítico-emancipadora e metodologia construtivista. Apesar de não atuantes na área, os conceitos teóricos do qual nos desperta maior atenção, compreendendo que possuem em suas características valores importantes para a formação de nossos alunos, são as metodologias de ensino aberta e construtivista. A metodologia do Ensino Aberto, de Reiner Hildebrandt & Ralf Laging (Alemanha) e do grupo de trabalho pedagógico (Brasil), tem como objetivo de estudo o mundo dos movimentos e suas implicações sociais, podendo ser trabalhada na seriação escolar atual, preocupando-se em como trabalhar e tornar significativo os conteúdos aos participantes. Tem como conteúdo básico o movimento relacionando-se com os outros e com as coisas e tem como enfoque metodológico desenvolver as atividades através de ações problematizadoras, temas geradores, aumentando o nível de complexidade, interação participativa do aluno e do professor. O trabalho pedagógico defende uma ligação do aprender escolar com a vida de movimentos dos alunos e também não olhar para o esporte apenas como rendimento. Considera as necessidades e interesses dos alunos, a relação entre movimento, percepção e realização possibilitando aos alunos participação em todas as etapas do processo ensino-aprendizagem. Semelhante, a metodologia Construtivista, de João Batista Freire, tem como objetivo de estudo a motricidade humana entendida como um conjunto de habilidades que permitem ao homem produzir conhecimento e se expressar e tem como proposta ensinar as pessoas a saberem e terem consciência de que são corpo.  Também pode ser trabalhado na seriação escolar atual e trabalha principalmente com a cultura dos próprios participantes, tornando o conhecimento significativo, trabalhando com a educação dos sentidos e da motricidade e compreende como enfoque metodológico o conflito, a partir de que o sujeito cria conflitos sobre o que se sabe e o que precisa ser aprendido, surgindo assim à consciência do fazer, sendo que professor e aluno contribuem para o processo.
Mas apesar de nos valermos de questões pertinentes dessas metodologias, encontramos na abordagem do Greco (1998), fatores extremamente relevantes as nossas tarefas, do qual afirma que o conceito das táticas desportivas tem que ser visto no âmbito de entender à “razão de fazer” junto ao “como fazer” não se restringindo apenas ao ultimo em formação de exercícios analíticos. O princípio analítico sintético busca a divisão da tática, técnica e treino, buscando em exercícios fora do contexto de jogo para que os detalhes de cada fundamento sejam constituídos, onde somente depois será transferido ao ambiente de jogo. Diferentemente o princípio global-funcional, torna-se mais consistente, no nosso ponto de vista, onde além de terem mais prazer em jogar, já que isso ocorre de imediato, eles aprendem a jogar e a fazer os exercícios através da prática em tais, onde os movimentos são totais e não divididos, utilizando da criatividade e pensamento tático dos alunos para ocorrer à solução de problemas. Alguns autores enumeram os benefícios do trabalho com iniciação esportiva na escola, quando aplicado de forma adequada, desenvolvendo competências físicas como: resistência à potência (Weineck, 1999), desenvolvimento de habilidades motoras simples para complexas e manejo de instrumentos (Greco, 1998); Competências sociais: dividir os materiais como, por exemplo, a bola (Garcia, 2001) e Competências psíquicas: Compreensão entre a tensão e o relaxamento e o desenvolvimento da concentração e da inteligência (Vygotsky, 1999), auto percepção sinestésica para as ações táticas complexas (Greco, 1998).

Início da Fundamentação teórica: Entendo os porques...

Como mencionado na última postagem, estamos em estudos constantes para embasar e fundamentar nossas aulas. O processo ainda não chegou ao fim, mas a fundamentação já havia sido estudada previamente a prática, porém somente agora organizamos nossos pensamentos de acordo com os autores a fim de justificar detalhadamente nosso processo.
Na última postagem, apresentamos nossos alunos e suas respectivas idades, sendo anunciado que nossa escolha havia sido a segunda infância. Então agora apresentaremos algumas características gerais do grupo etário, bem como informações pertinentes para que pudéssemos construir aulas adequadas.

Nós consideramos a segunda infância como uma fase rica, do qual os alunos estão passando por muitas mudanças não apenas no que se refere à área motora, mas a sua totalidade, em fase de maturação total sendo que nessas condições os professores, aqui no caso de Educação Física, tem uma grande responsabilidade como contribuinte desse processo, tendo que buscar maneiras adequadas no processo ensino-aprendizagem para que possa ser um colaborador benéfico nesse processo de desenvolvimento.
Apesar das diversas classificações acerca das faixas etárias, dependendo da área de estudo, existem algumas que consideramos para classificar aquilo que nos corresponde ao período de segunda infância. Gallahue e Ozmun (2003) se equivale da idade cronológica em junção a maturação dos movimentos fundamentais (estabilizantes, locomotores e manipulativos), considerando a segunda infância como Fase Motora Especializada que se subdivide em Estágio Transitório (7 aos 10 anos) e Estágio de Aplicação (11 aos 13 anos), que ultrapassa através da cronologia, sendo que a partir dos 12 anos os indivíduos já são considerados adolescentes. Para Edison de Jesus Manoel (2000), existe uma sequência para o desenvolvimento motor, porém não de forma tão engessada e padronizada, sendo as variáveis mais significativas. Ele considera no mínimo três aspectos: uma ordem de eventos no eixo temporal do ciclo de vida; interdependência entre os eventos; e o fato de que novas etapas envolvem novas propriedades. Ele afirma que a sequência do Gallahue e Ozmun, assim como de Seefeldt (1980) não englobam tal exploração, considerando então que desenvolvimento implica em interações de padrões comportamentais, bem como um processo de desenvolvimento hierárquico, sendo que existem várias formas de hierarquia, mas considerando sempre como ocorre a evolução de complexidade ao longo do tempo. Sua construção não determina necessariamente a idade cronológica, considerando a cronologia através das probabilidades, então considerando que a segunda infância é classificada como a fase dos 7 aos 10/11 anos (Kephart, Gallahue e Ozmun e Piaget) se encontraria em sua pirâmide ‘inacabada’ (já que o desenvolvimento ocorre por toda a vida) como a Fase de Combinação de Movimentos Fundamentais ou como Acoplamento entre intenção e padrão de movimentos. Já na concepção piagetiana do desenvolvimento cognitivo existem quatro fases, e a considerada segunda infância (7 aos 10/11 anos) é denominada Estágio das Operações Concretas (6 aos 10 anos) do qual existe um pensamento lógico e essa razão passa a determinar grande partes das atitudes das crianças.
Segundo dados do IBGE, a segunda infância se equivale hoje a aproximadamente 11% da população geral, sendo que o índice de escolarização do grupo etário de 7 a 14 anos é bem menor na região Nordeste (89,4%) comparada à região Sudeste (95,5%), devido a diversos fatores (clima, nutrição, cultura, etc.), mas principalmente a questões econômicas que são visíveis também nos dados onde o trabalho infantil também é bem elevado no Nordeste (3,2% meninos e 1,1% meninas) comparado ao do Sudeste (0,3% meninos e 0,2% meninas). Esses dados, juntamente com outras interferências, são significativos para a aprendizagem e desenvolvimento dessas crianças, já que tudo ocorre como uma grande rede sistêmica. Sendo assim, sabemos que considerando especificamente as questões concernentes as zonas urbanas, como São Paulo, que é nossa área de atuação, percebemos que tudo influencia no todo. Atualmente é normal muitas mães trabalharem fora, devido às necessidades econômicas e com isso os pais, de forma geral, tendem há ficar menos tempo com os filhos, repassando para as escolas, seja quais forem, à responsabilidade de educar e formar aquelas crianças, onde ocorre um débito muito grande, pois a maioria das escolas não tem condições de atingir tais exigências. Com isso, também percebemos corriqueiramente que com melhores situações financeiras os pais tendem a ocupar seus filhos em diversas escolinhas que proporcionem os mais variados exercícios físicos (natação, judô, balé, entre outros) e muitas vezes essas escolinhas por não saberem como agir adequadamente em seus exercícios prejudicam veementemente o desenvolvimento motor dessas crianças.
Para Gallahue e Ozmun (2001) essa faixa etária caracteriza-se como período do qual deve ocorrer à junção dos elementos fundamentais, assim como o refinamento de tais, porém ele e a tendência desenvolvimentista (TANI et al.,1988; MANOEL,1989 apud Gimenez e Ugrinowitsch, 2002) alertam que o ingresso das crianças de segunda infância em modalidades esportivas específicas tendem a privá-las de diversas experiências motoras que deveriam ser aplicadas em tarefas variadas propiciando o máximo de vivências com diversas combinações, aplicando níveis de complexidade dificultando a tarefa, porém dentro da integração dos movimentos fundamentais para somente depois envolvê-los em tarefas específicas. Essas questões trouxeram grandes dilemas para a construção de tarefa do nosso projeto, pois compreendendo e respeitando a abordagem desenvolvimentista, entendemos que não era cabido ensinar tarefas motoras que pudessem especificá-los de alguma forma, mas também entendemos que nesse contexto é extremamente difícil trabalhar com o novo.
Porém existe uma ressalva a se fazer nesse assunto, pois entendemos que a iniciação ao esporte não é ruim para as crianças, mas deve existir a atenção dos professores de educação Física para respeitar sempre o desenvolvimento das crianças não as limitando, mas contribuindo de forma eficaz para o seu desenvolvimento, assim como afirma Gimenez e Ugrinowitsch:

Essencialmente, a prática desportiva não pode ser considerada maléfica para uma criança de Segunda Infância. O esporte faz parte do patrimônio cultural e representa um meio singular de integração do ser humano na vida em sociedade. Entretanto, as demandas e características da faixa etária não podem ser negligenciadas. Tal fato implica a necessidade de que o profissional de educação física conheça mais profundamente as etapas do desenvolvimento infantil. (2002, p.59)

Sendo assim, buscamos uma tarefa que pudesse ser trabalhada respeitando todas essas características da faixa etária, atrelando os elementos fundamentais de forma a refiná-los em exercícios diferenciados que talvez em sua junção, pudesse proporcionar novidade e complexidade, e encontramos tais características nas Ginásticas Acrobáticas e Rítmicas, sabendo que são consideradas esporte de alto rendimento, mas que tem sua importância ao contexto escolar e ao desenvolvimento da criança se trabalhado de forma coerente, assim como exploraremos a seguir.